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11 de mai. de 2010

Trilhando a solidariedade


Em entrevista ao Tela Livre, o professor de Comunicação Social, Itamar Nobre, contou sobre o projeto da UFRN Trilhas Portiguares, que leva todos os anos alunos de diversos cursos a interiores carentes, para ajudarem com conhecimento e necessidades básicas humanas.


TL: O que é o Programa Trilhas Potiguares?


O programa Trilhas Potiguares é uma conjunção de diversos projetos de todas as áreas. Trata-se de um programa multidisciplinar que trabalha na perspectiva de fazer intervenções nas comunidades das cidades do interior do estado do Rio Grande do Norte. A universidade vai pra lá com a prática de todos os cursos e a partir de uma demanda que é oferecida pelo município - quando falo demanda falo da necessidade que eles têm – então os alunos levam projetos para lá, para atender a essas necessidades. São entre 15 e 20 alunos, são 38 municípios esse ano, com pessoas para oficinas de fotografia de comunicação, de rádio, de TV, de vídeo. Tem o pessoal de nutrição, de medicina, de todas as áreas. Cada um leva um projeto e vai coordenado por um professor, especialmente desse projeto. O de Comunicação Social se chama COMTRILHAS, que é o Comunicação Social nas Trilhas Potiguares. Este ano, se inscreveram setenta alunos de comunicação e vão cerca de cinquenta, a partir do terceiro período de qualquer habilitação, desenvolver atividades diversas, como cobertura fotográfica, matérias e tudo mais. O Trilhas Potiguares surgiu em 1996 e foi uma idéia que se originou de um projeto que existia na Geografia chamado "Pé na Trilha", que os alunos saíam pelos municípios caminhando mesmo, só que o Programa Trilhas Potiguares não e caminhando, o pessoal vai de ônibus porque tudo é muito longe. De 1996 para cá, o programa aconteceu todos os anos.


TL: Qual o maior aprendizado que um aluno da UFRN leva do Trilhas Potiguares e especificamente o aluno do curso de Comunicação Social?


A vivência com o público externo e a prática das atividades apreendidas teoricamente na sala de aula aqui no curso, vai fazer com que essa experiência se torne um laboratório. Lá ele vai exercitar sob pressão a vivência com a produção que teria no mercado de trabalho, não na mesma escala, mas algo parecido. Então lá eles vão fazer tudo que poderiam fazer no mercado de trabalho. Além disso, eles vão interagir com outros projetos, com todos os alunos de todos os cursos, vão auxiliar, vão colaborar. Então, é uma semana com muito trabalho nos três turnos e o ganho disso é a prática, a experiência, a sociabilidade, a maturidade que chega sob um momento de pressão.


TL: Como funciona a seleção das cidades que o Programa irá visitar?


Na verdade não há seleção, há uma procura. Abre-se a inscrição, avisa-se a todas as prefeituras e eles procuram a universidade, fazem a inscrição e dizem o que precisam. Na medida em que eles procuram, a universidade atende.


TL: O Trilhas Potiguares existe desde 1996. De lá pra cá, o que mudou no projeto?


Eu acho que a realização melhorou. Como foram muitas fases experimentais, não havia uma grande preocupação com as seleções dos alunos, com as seleções dos projetos, com a preparação dos alunos. A tecnologia não era favorável. Hoje já se tem internet em todos os municípios, onde se pode trabalhar mais tranquilamente, pois se tem mais informação. A iniciação de mais professores, que estão mais interessados, mais alunos interessados. Então, qualitativamente, melhorou-se mais porque os alunos hoje estão mais preparados para o programa porque eles já vão sabendo de tudo que acontece naquele município. Enfim, eu acho que melhorou demais

Repórteres: Leonardo Erys e Romeu Dantas

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