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30 de jul. de 2010

Debate, argumentos e informação: um novo olhar sobre a polêmica das drogas



A UFRN é, constantemente, palco de protesto e manisfetações devido ao nível de informação e engajamento que possuem seus alunos. Não foi diferente durante a XVI Cientec e a 62ª Reunião Anual da SBPC: foi a oportunidade perfeita para manifestantes atraírem a atenção da cidade e dos meios de comunicação locais para a problemática das drogas e os efeitos sociais que viriam em consequência de um debate aberto e público sobre o assunto. Assim sendo, foi realizada a "Marcha da Maconha", que partiu da Praça Cívica do Campus, às 16h, rumo a reitoria e contou com a participação de pessoas de idades variadas, de diferentes níveis de ensino e classes sociais.

Durante toda a semana a marcha foi polemizada por diversas partes, dentre elas a imprensa local e a Polícia. Em consequência disto, foi realizada uma reunião no Ministério Público com a Polícia Militar e os organizadores da manifestação, com o órgão intermediando o diálogo. No acordo ficou estabelecido que, durante o transcorrer da mobilização, ninguém que estivesse participando poderia fumar, portar, muito menos vender a cannabis. Assim, tornando a caminhada livre de qualquer infração à lei.

O policiamento foi reforçadíssimo durante a "Marcha da Maconha". O corpo policial presente contou com uma ala especial montada a cavalo, uma maior quantidade de carros da corporação (bem superior a que circulava pela Universidade durante a semana) e um helicóptero da PM. Nem os policiais em serviço se conteram e fizeram seus registros da manifestação com máquinas fotográficas e câmeras de vídeo, tamanha era o impacto e a contribuição que aqueles manifestantes estavam dando para o debate a respeito da descriminização da maconha e de como enxergar a questão pública e social.

Fica a lição a quem quer expor idéias e manisfetar seu ponto de vista, ou simplesmente
dar a sua contribução para uma sociedade de melhor trato social e político.

Repórter: Jessé Pinto


Mão na massa desde cedo


Há 1 ano, a Produtiva Júnior foi criada pelos alunos do curso de Engenharia de Produção da UFRN e hoje já é um grande sucesso. A ideia surgiu com o movimento “empresa júnior”, que permite que os alunos de gradução de uma instituição de ensino superior criem e administrem uma empresa.


A Produtiva tem a função de prestar serviços de consultoria na área de engenharia da produção e é composta somente por estudantes de graduação. Sem fins econômicos, o dinheiro obtido pela empresa é todo revestido na capacitação de seus membros.


“Participar de uma empresa júnior é muito enriquecedor. Ela permite colocarmos em prática tudo aquilo que aprendemos em sala de aula”, afirma Minashe Selvam, diretora presidente da empresa e aluna do curso de Engenharia de Produção.


Repórter: Carolina Cunha

Foto: http://produtivajunior.ct.ufrn.br/?page_id=179

Presidenciáveis - Parte II



Dando continuidade à seqüência de visitas dos presidenciáveis à 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marina Silva, candidata pelo Partido Verde, esteve no auditório da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para um bate-papo com alunos e professores.


Marina chegou por volta do meio-dia desta sexta-feira (30) e foi recebida em meio a muitos aplausos. A atual prefeita de Natal também esteve presente, porém, contrastando com a chegada da candidata à presidência, Micarla de Souza entrou vaiada.


Durante um primeiro momento, abrindo o bate-papo com a presidenciável, o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antônio Raupper, leu e entregou a Marina um documento contendo a visão da SBPC para o desenvolvimento do país, onde a educação, a ciência e a tecnologia se faziam valer como os pontos principais. As propostas foram recebidas e elogiadas.


Após isso, Marina falou pela primeira vez. Brincou ao explicar-se quanto à falta de voz com que estava e acabou cometendo uma gafe logo no início. Ao agradecer a presença de todos, a candidata acabou confundindo a UFRN com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A justificativa veio ao término do bate-papo: Marina possuía compromissos em Pernambuco logo após sua visita ao Rio Grande do norte.


Durante cerca de 40 minutos, ela falou de suas propostas para governar o país, sempre apoiadas em idéias de desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente. Soube reconhecer os pontos positivos do atual governo Lula, mas disse que este não foi capaz de acompanhar as exigências do mundo, principalmente quanto às questões ambientais.


Falou ainda que via na expansão do uso da internet, um forte aliado no combate á corrupção, um dos maiores problemas da nossa política, a partir do momento que permite a integração de pessoas comuns exigindo uma maior transparência nos governos.


Disse também possuir um enorme respeito para com os seus principais concorrentes, Dilma Rousseff e José Serra, mas brincou ao falar de pessoas que perguntam de quem ela está tirando mais votos, dizendo possuir seus próprios eleitores.


Em um terceiro momento, dedicado para que professores e alunos da universidade pudessem fazer perguntas, Marina prometeu manter programas criados no atual governo, como o Bolsa Família. Quando questionada sobre o que achava da visão que o povo brasileiro tinha no exterior, sendo muitas vezes comparados a índios, a candidata respondeu que a comparação é algo positivo, pois os índios é que formaram a estrutura do que o Brasil é hoje.


Por fim, Marina recebeu aplausos dos que ali estavam e retirou-se para uma coletiva de imprensa, na qual o Programa Sinapse estava presente. O apresentador do programa, Henrique Arruda, perguntou a Marina sobre a desigualdade no nível de ensino, especialmente no Nordeste. A resposta vai ao ar no sexto Sinapse, programa extra que foi produzido durante as feiras SBPC e CIENTEC.


Repórter: Ildrimarck Rauel

Fotos: Jessé Pinto

Pode entrar, a casa é sua: UFRN 50 anos


“A missão da UFRN, como instituição pública, é educar, produzir e disseminar o saber universal, contribuindo para o desenvolvimento humano e comprometendo-se com a justiça social, a democracia e a cidadania“. É com essa oração que o visitante se depara ao entrar na exposição UFRN, 50 Anos. Em um dos maiores ambientes da ExpoT&C, pode-se sentir e conhecer melhor a instituição federal de ensino superior do estado que, recentemente, completou 50 anos. E como bem escreveu o Reitor José Ivonildo Rêgo, em seu depoimento para a exposição de caráter especial, na entrada do espaço: “Pode entrar, a casa é sua”.

No ambiente pode-se encontrar vários atrativos que prendem a atenção do visitante. Dentre as divisões do ambiente podem encontrar depoimentos de professores da Universidade, políticos e personalidades que, de uma forma ou de outra, a sua história de vida confunde-se com a história da instituição. Há ainda uma mostra que se pode denominar de justa homenagem sem prejuízo algum de mérito ou definição sobre funcionários antigos (com cerca 35 anos de trabalho cada um) e suas mãos, que ajudaram a construir a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. São expostos banners enormes (em tecido especial) nos quais se encontra a história da UFRN em documentos e registros históricos, textos e fotos. Fotos 3x4 e nomes de alunos também têm seu espaço.

É possível encontrar e se informar sobre programas e projetos desenvolvidos pela Universidade, como o de Educação Ambiental e Meio Ambiente, por exemplo. São exibidos, também, detalhadamente alguns departamentos da instituição, seus responsáveis e superintendentes. No ambiente foi posto uma obra de arte de tamanho considerável, simulando e pesando um caranguejo, espécie típica do nosso mangue e ingrediente marcante de nossa culinária. Um quadro interativo chama a atenção de que passa pelo local, com o nome de todos os professores da UFRN preso em fitas e almofadas em forma de sacos.

Para resumir o espaço, a história da intuição e o objetivo da exposição, fica o depoimento dado pela professora doutora e superintendente de comunicação da UFRN Josimey Costa: “A UFRN, para mim, é portal, lugar de abertura para um mundo de tantos outros universos”.

Repórter: Jessé Pinto

Natal ontem e hoje


Quem vier visitar os stands da SBPC Cultural espalhados por todo o campus da UFRN, pode conhecer um pouco da história da cidade que sedia a reunião neste ano. A mostra Natal Cidade Memória reúne fotografias de tempos remotos em contraste com outras mais recentes. Uma ótima oportunidade de ver o que mudou com o passar dos anos.


São, ao todo, 160 imagens que retratam a paisagem urbana da capital do Rio Grande do Norte, inclusive de lugares que hoje já não existem mais. A comparação de fotos antigas com as atuais permite perceber, de maneira impactante, o quanto a cidade cresceu e se desenvolveu no último século.


A exposição é parte integrante do evento Sete Mostras, que pretende reunir em um único espaço coletivo, sete pontos de vista diferentes, divididos em exposições diversas. Cada qual lançando o seu próprio olhar artístico e crítico sobre a cidade de Natal.


Localizado no estacionamento da reitoria, a mostra está aberta à visitação durante toda esta sexta-feira (30), último dia de SBPC e Cientec.


Repórter: Ildrimarck Rauel

Editor da revista Scientific American Brasil realiza bate-papo sobre ciência na 62a SBPC


O editor da revista Scientific American Brasil, Ulisses Capozzoli, realizou na manhã dessa quinta-feira (29 de julho), no auditório do Labcom, um bate-papo super instigante conduzido pelo professor de comunicação social Ruy Rocha sobre a ciência e os rumos que a área vem tomando no nosso país.


A revista é pioneira em difusão científica. Originalmente americana, surgiu em forma de jornal com a proposta de proteção de patentes. Conquistou renome e importância em escala internacional e terá agora no mês de agosto a apresentação da sua 100a edição. Países como Estados Unidos, Espanha, Polônia e Itália também desfrutam de suas edições.


Capozzoli descreve a Scientific American como um caso a parte, por divulgar a ciência de um modo inovador, por abordar questões emergentes e ser uma revista de fronteira, a qual está sempre buscando ampliar os limites de áreas científicas, como a astrofísica, fazendo tudo isso através de uma linguagem acessível.


Durante a conversa, Ruy destaca que outros países, principalmente os Estados Unidos, têm uma abordagem visivelmente mais aprofundada sobre a ciência e uma maior demanda pelo assunto. Capozzoli explica que é resultante de um fator histórico, pois o Brasil esteve, de certa forma, excluído da revolução científica do século XVII, sofrendo grande influência da contra-reforma, que trouxe o obscurantismo português, ou seja, proporcionou a chegada de uma ciência tardia e comprometida, decadente, aqui no Brasil.


Dessa forma, enquanto países criaram uma maior e mais rápida identificação com a ciência, o nosso país esteve distanciado devido à opressão da Igreja. Entretanto, o Brasil tem uma base científica e uma universidade atual, moderna. O editor diz ainda que o bom senso do positivismo é uma influência na sociedade brasileira e que isso é um equívoco. “Se você usasse o bom senso na ciência, a física quântica não existiria”, explica Capozzoli.


O assunto gerou grandes e produtivas discussões que ainda se prolongaram em torno da visão investigativa do editor. Ele se aprofundou a cerca da perspectiva da boa ciência, acreditando na necessidade de uma expectativa de experiência de estranhamento para alavancar a investigação científica. “Dizer que só existe uma única verdade é um equívoco”, insiste Capozzoli.


O editor encerrou falando que a SBPC é uma grande iniciativa para o compartilhamento de conhecimento e consiste numa tentativa de provocar o imaginário científico dos jovens, atentando para um pensamento menos conformista. Diz ainda que a sociedade deve ser menos arcaica e mais crítica, pois constituímos um povo com pensamento científico pouco consolidado, mais apoiados na racionalidade, o que não chega a ser suficiente.

O bate-papo funcionou como uma entrevista e agradou a todos que compareceram no sentido de que ampliou nossos conhecimentos e visões sobre o universo científico.

Repórter: Luiza Freire
Foto: Jessé Pinto