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16 de jun. de 2010

Destruindo barreiras




Aconteceu no último dia 09 de junho o Trekking para deficientes visuais que foi realizado pelo IERC-RN, na Lagoa do Bonfim com o apoio do Clube dos Caçadores. A atividade foi idealizada pelo professor de Psicologia Pitágoras José juntamente com a professora de Educação Física, Ana Cláudia e contou com a ajuda da Pedrassoli Viagens e Turismo, Clínica Odontológica Dr. Marco Aurélio Azevedo, Academia de Karatê Sttênio Almeida e Grupo de Estudo de Nutrição "Corpo e Alma. Esta já é a 5° edição do projeto.


O evento esportivo teve início às 9h da manhã, quando um van com os 16 participantes chegou. Eles participaram de uma dinâmica de integração, em seguida as equipes foram divididas em duplas, cada deficiente visual era acompanhado por um não-deficiente.


Antes de começar a trilha as duplas tiveram um preparo físico-psicológico, com alongamentos, que foi feito pelas professoras Telma, de dança, e a professora de Educação Física, Ana Cláudia. Ao longo da prova foram feitas duas trilhas uma interna e outra externa. Durante o percurso interno os deficientes visuais que eram guiados por suas duplas não-deficientes inverteram os papéis e se tornaram os guias por alguns instantes. Essa troca estimula a confiança dos participantes e a interação das duplas, que precisam ser companheiras para realizar o objetivo da prova. Após o caminho percorrido de terra e paralelepípedo o próximo passo foi à água, onde aconteceu o cabo de guerra.


Foi ministrada uma palestra pelo Sargento Marcos que atua no Corpo de Bombeiros há 27 anos sobre como proceder em caso de afogamento, falou a importância do atendimento pré-hospitalar e depois um lanche repleto de frutas, sucos e sanduíches naturais, feitos pelas estudantes de nutrição. Para finalizar a atividade, todas as equipes receberam certificados pela participação no Trekking.


Para Ivan Oliveira de Abreu de 23 anos o Trekking é uma “experiência boa, para ver gente próxima dos cegos e aprendendo como lidar. As pessoas precisam aprender a ajudar o próximo. "A gente trabalha o físico e é bom pra saúde”, completa o aluno do Instituto que já participou de todas as edições do evento.

Saiba mais

As dificuldades dos deficientes físicos, visuais, auditivos, são muitas e estão presentes em todo lugar, nas áreas de saúde, educação, transporte e mercado. A escassez de oportunidades e o preconceito são obstáculos constantemente enfrentados pelos portadores de deficiência na nossa sociedade. Esse preconceito, a falta de assistência, a subestimação do seu potencial e, o que é pior, o descaso das pessoas no dia-a-dia são fatores que desestimulam a inclusão social e o respeito para com o próximo, desvalorizando as pessoas com deficiência e apesar de a maioria ter plena condição de trabalho e de levar uma vida normal, muitas vezes são impedidos por barreiras impostas pela própria sociedade.


A prova disso são os dados de baixo vínculo empregatício entre os deficientes – coletados num estudo divulgado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) - , sendo que apenas 10,4% possuem carteira assinada. Estudar, fazer compras, ter acesso a prédios públicos, exercer uma atividade profissional, tudo isso é um grande desafio para os portadores de deficiência. O que para muitos representam um cotidiano, para outros consiste numa luta diária.

O Brasil possui 24,6 milhões de cidadãos com deficiência, ou seja, 14,5% da população brasileira (Censo 2000). Desse total, 14 milhões portam algum tipo de problema visual e 160 mil são cegos. A maior preocupação do governo e de todos aqueles que torcem pela superação das dificuldades que enfrentam os deficientes, é a acessibilidade. A tentativa de incluir na vida econômica e social as pessoas com necessidades especiais, fornecendo soluções para que haja uma integração.


As deficiências, em especial, a visual, são temas bastante recorridos na televisão brasileira, especialmente nas telenovelas da Globo, que procuram reproduzir uma realidade da sociedade atual, ainda que um pouco distante. A novela "América", de Glória Perez, por exemplo, destacou em um de seus núcleos a temática da cegueira congênita e adquirida com o personagem de Marcos Frota, Jatobá e o de Bruna Marquezine, a menina Flor. Sem dúvidas foram personagens que tocaram o público brasileiro e ficaram na memória pela demonstração dos desafios que enfrentavam os deficientes visuais no seu cotidiano e a sua superação.



O que é trekking?


Trekking ou enduro a pé de regularidade, esse é o nome dado ao esporte que junta diversão e competição e pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente do condicionamento físico.


A atividade se resume em realizar um percurso pré-determinado pela organização, superando obstáculos naturais e percorrendo estradas, trilhas, riachos, montanhas.

Não é uma prova de velocidade, mas sim de orientação e regularidade, onde são fornecidas velocidades médias e distancias entre referências que constam na planilha, possibilitando à equipe calcular o tempo exato de passagem em cada ponto.

O trekking de regularidade se tornou uma excelente forma de diversão e interação com as pessoas, possibilitando o surgimento de novas amizades e o fortalecimento das antigas.


O Instituto


O IERC (Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos) do Rio Grande do Norte fica na Rua Fonseca e Silva, no Alecrim, em Natal. Fundado em 16 de julho de 1952 por Ricardo César Paes Barreto.


O instituto é uma sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecida de utilidade pública municipal e estadual com registro no Conselho Nacional de Assistência Social. Sua principal finalidade é promover a habilitação, reabilitação e educação das pessoas cegas ou com deficiências visuais graves. Dessa forma criando oportunidades de desenvolvimento e integração ou reintegração desses deficientes à sociedade, possibilitando-lhes independência.


Repórteres: Luiza Freire e Nathalia Barbosa
Colaboração: Renata Othon, Nícolas Sousa, Vanessa Augusta, Émille Araújo, Larissa Cavalcante e Géssica Ribeiro.

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